26 de agosto de 2009
Festival de gastronomia de Tiradentes quer ter renome internacional
Mal terminou nesse domingo, o Festival de Gastronomia de Tiradentes já tem revelados detalhes da próxima edição, ano que vem. Além de já estarem fazendo contatos com chefs internacionais e estudando melhorias no fórum (principal inovação deste ano), os organizadores vão se programar para divulgar o evento e a cozinha brasileira em países europeus ano que vem – alguns nomes de chefs (a maioria mineiros) já foram cotados para integrar a comitiva. O objetivo é fazer com que o renome do festival ultrapasse a dimensão nacional (na qual já está consolidado) e, claro, atrair turistas do exterior, que atualmente chegam por acaso ao evento. “Queremos lançar o festival na Europa em quatro ou cinco jantares com chefs brasileiros em Portugal, Espanha, Itália e França, a princípio. É um sonho nosso. Precisamos mudar isto: sempre trago chefs para cá e agora precisamos mostrar a cozinha brasileira lá fora. Tudo para falar não só de Tiradentes, mas de cozinha e de produtos brasileiros. Estamos amadurecidos para dar esse salto”, revela Ralph Justino, um dos organizadores do festival. Para ele, o Brasil tem “a cozinha da vez” e, a exemplo do que faz o Peru e Gastón Acurio, um dos seus chefs mais reconhecidos no exterior, precisa divulgar mais a própria gastronomia para o mundo. As pesquisas e negociações para trazer chefs internacionais para os festins da 13ª edição do evento deverão ser concluídas até dezembro. Ralph ainda não sabe dizer quem virá para Tiradentes, mas adianta que a cobiçada estrela no guia Michelin não será o único critério de escolha: “A estrela Michelin é uma referência para nós, mas o mais importante é que o chef tenha história e cultura. Isso significa, por exemplo, trazer o chef do restaurante Cipriani, que é um ícone na Itália, ou um dos 10 melhores do mundo, mesmo que não tenha estrela. Ou ainda gente que esteja despontando ou represente tendências”. Roberto Jardim, um dos consultores gastronômicos do festival, garante que já há um chef com três estrelas Michelin em vista para ano que vem e que a franco-senegalesa Rougui Dia, do Petrossian (em Paris, na França), que era cotado para vir nesta edição, talvez comande festim em Tiradentes no próximo ano. Por enquanto, ela confirmou o festival no restaurante Dádiva, em Belo Horizonte, onde, aliás, o chef francês Emmanuel Ruz (uma das estrelas dos festins do último fim de semana) cozinhará de quarta a sexta desta semana. O menu será exclusivo. “Esse festival foi o melhor de todos os anos. Servimos seis mil pratos e foram cerca de 15 cursos, todos esgotados. A cidade cenográfica no Largo da Rodoviária foi um espaço democrático. Valorizamos a gastronomia brasileira com os intercâmbios entre chefs daqui e de fora. Outra coisa que cresceu muito foram as atividades sociais: o projeto Chefs do Futuro durante a semana deu certo”, avalia Rodrigo Ferraz, também organizador do festival. Sobre a programação mais enxuta deste ano, comenta: “No lugar de várias atividades paralelas para a cidade inteira, como ano passado, procuramos concentrar tudo nos dois largos para que o público estivesse sempre ali e soubesse aonde ir. Ficou mais organizado”. Ele estima que o festival tenha atraído, ao todo, cerca de 30 mil visitantes. Novidades O Fórum de Sabores e Cultura, que finalmente inaugurou no festival espaço para reflexão sobre temas da gastronomia, com debates e palestras, será mantido ano que vem, mas provavelmente passará por reformulações. Ralph considera a hipótese de realizá-lo durante a semana, segmentando parte do público do evento. De toda forma, ele comemora a implantação do projeto este ano e anuncia intenção de trazer para a próxima edição representantes dos guias 4 Rodas e Michelin para discutir tudo o que envolve as estrelas que ambos concedem regularmente a restaurantes. Outra novidade para o ano que vem será o salão para eventos que a pousada Pequena Tiradentes começará a construir em outubro e que servirá como espaço para os próximos festins. Com projeto do arquiteto mineiro Hélio Pellegrino, terá 1,2 mil metros quadrados de área construída, capacidade para cerca de mil pessoas e cozinha própria. “Hoje, as pessoas jantam no espaço onde funciona a minha loja de móveis. Manteremos isso, pois as pessoas gostam. É nossa identidade”, conta a proprietária da pousada, Vanilce Barbosa. Atualmente, a Pequena Tiradentes e a Villa Paolucci são as que sediam os festins. Destaques Tanto no primeiro fim de semana como no segundo, os chefs franceses foram maioria nos festins. Mesmo assim, em pleno Ano da França no Brasil, os não franceses conseguiram se destacar na programação, caso de Tsuyoshi Murakami, japonês que comanda o aclamado Kinoshita (São Paulo) e fez alta gastronomia nipônica no primeiro fim de semana. Já Fernando Canales (Etxanobe, em Bilbao, na Espanha), único espanhol convidado, serviu na sexta-feira menu descomplicado, mas que surpreendeu nos detalhes: a lâmina de batata-baroa sobre a rabada tinha sabor de baunilha e as pimentas do prato seguinte, apesar do ardor, eram na verdade sementes de mamão secas ao forno. Política Entre os três cursos gratuitos desse domingo no Largo da Rodoviária, certamente nenhum chamou tanto a atenção quanto o do deputado federal Virgílio Guimarães (PT - MG). A começar pelo nome, um tanto enigmático: “Tac-nut – Além do fast food”. Com auxiliares de luxo, como o chef Eduardo Maya (criador do Comida di Buteco), ensinou receitas dotadas de certa sofisticação, como os risotos de taioba com absinto e de açafrão com ouro comestível e as farofas de castanha de pequi, de castanha de baru e de trufas.
Fonte:
UAI
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