13 de outubro de 2008

Circuito Rio Show de Gastronomia

Circuito Rio Show de Gastronomia

Mais uma vez, o Circuito Rio Show de Gastronomia traz aos cariocas as novas tendências gastronômicas, aproximando o público local dos grandes chefs de renomados restaurantes.

O Museu de Arte Moderna (MAM) já virou referencia de espaço para o acontecimento do circuito, dando um charme especial ao evento, que ocorre anualmente com troca de aulas, experiências e a apresentação das novas tendências do mercado.

No evento deste ano, percebi claramente o aumento do interesse dos visitantes pela gastronomia. As pessoas estão cada vez mais interessadas em aprender a elaborar os pratos que consomem, bem como tomar conhecimento sobre as bebidas que desejam degustar. Isso ficou provado nas aulas-show ministradas no Circuito.

Um dos pratos apresentados no evento foi o Ceviche de Tilápia, em campanha de tomates com groselha, elaborado pelo chef Checho Gonzalez. O Ceviche é de origem peruana, mas foi se espalhando, ao longo do tempo, por toda a costa do Pacífico, podendo ser encontrado desde o sul do Chile até os Estados Unidos. Isso prova que a gastronomia dispensa barreiras, quando cai no gosto popular.

Checho Gonzalez explicou sobre a técnica do Ceviche. Nada mais é do que um cozimento sem fogo, ocorrido pelo tempo que o peixe fica embebido no limão, fazendo assim com que os ácidos cumpram a função de cozer o alimento.

O Ceviche que conhecemos hoje, nem de perto lembra aquele que os peruanos conheciam antes dos espanhóis. Por que? Porque foram exatamente os espanhóis quem trouxeram o limão para o Peru. Antes disso, o Ceviche era colocado em recipientes com pimenta, que tomava o lugar do limão no processo de maceração. Com a chegada do limão, o preparo ficou mais suave, agregando-se a este uma combinação de pimentões e pimentas, gerando assim harmonia e suavidade entre os ingredientes.

Já o chef Claude Troigros e seu filho Thomas ensinaram a preparar caviar de sagu , palmito recheado com foie gras e farofa de quinoa (note-se que este último ingrediente é um alimento típico da dieta peruana). A aula do chef Troigros lotou o auditório, com cerca de 300 participantes.

De acordo com o chef, basta colocar o caviar de sagu em uma lata de original e pronto. Quanto ao palmito, Troigros definiu como uma receita moderna, já que é assado e recheado com foie grãs frito, e coberto com farofa da quinoa. Na falta do foie gras, ingrediente difícil de encontrar nos mercados, pode-se substituir por bacalhau. A crocancia do prato fica por conta da quinoa, muito em moda ultimamente.

O chef Yann Lesaffre levou a equipe do Mr Lam para mostrar os segredos da cozinha chinesa, elaborando um shitake com molho de ostras e o show do Soba.

Realmente me arrepio de lembrar a magia do Soba. Até agora penso que meus olhos me enganam naquela transformação. Acho que deve ser uma alucinação coletiva.

A chef Vivi Cabral demonstrou a sobremesa que, segundo Yan, é a mais pedida do restaurante. Trata-se do Majong de abacaxi. São cubos de abacaxi com açúcar, caramelados no maçarico. Um molho de melão e manga complementa a ornamentação do prato.

Em seguida, entra Samantha Aquim, dando um verdadeiro esclarecimento sobre o chocolate. Sou suspeita para falar de Samantha, uma vez que tenho grande admiração por ela e seu trabalho. Mas, além de ser uma figura incrível, é realmente uma excelente palestrante. Mais que ouvir sobre os vários tipos de chocolate, o público pôde comprovar a diferença entre eles, por meio de uma degustação: chocolate branco, chocolate ao leite, chocolate amargo, etc. A platéia também provou o cacau em cada uma das seguintes etapas: o suco, o grão lavado, torrado e, finalmente, transformado em chocolate.

O grão é lavado, tostado, moído, triturado até virar uma pasta. A gordura é separada e transformada em manteiga de cacau.

Já a aula de Mariana Hirsch, do Sushi Leblon, foi desvendar o mistério do saquê, com direito a degustação de três tipos de saque nacional.

O saque é uma bebida destilada de arroz, água e um fungo chamado Koji.

Uma observação importante é que o saque não é produzido com o arroz utilizado no preparo do sushi, mas sim de um outro tipo, maior e mais alongado.

As fontes hídricas japonesas têm a melhor água para a produção do saque, sendo um componente importante na sua produção.

No Japão, a produção do saque está concentrada nas mãos de famílias tradicionais e as fontes são protegidas.


Aqui um bate papo com o vencedor do concurso - Alexsandro Roppe


Sempre gostei de cozinhar desde garoto ( cozinhava batata doce no quintal de casa e preparava suco de jamelão )

Mas, antes de começar profissionalmente na área de gastronomia eu me formei em guia de turismo pelo Senac ( RJ ) e fiz publicidade. Cheguei a trabalhar em uma agência de viagem e a fazer alguns trabalhos pela prefeitura de Niterói. Aí li uma resportagem no Globo Niterói sobre chefes de Cozinha niteroenses e a reportagem além de falar de toda a história dos chefes, abordava o novo interesse das pessoas pela gastronomia. Pensei: por que não unir o util ao agradável adoro cozinhar e ainda vou ter um bom emprego.

Me esqueci do calor da cozinha, das longas horas em pé, das facas... e me matriculei no curso de Cozinheiro Master do Senac, no final de 2001 estava me formando. E meu primeiro estágio foi no restaurante Florescer, do chefe Fabricio Tofono ( um dos chefes que participaram da reportagem ).

Depois disso trabalhei em alguns bons restaurantes do Rio como Atelier Culinário, Bar das Artes ( Bistrô do Paço ), Zero Zero, Caroline Café.. até abrir um pequeno atelier de doces com uma amiga. O negócio estava dando muito certo, mas por motivos pessoais esta amiga e seu marido foram morar em Campo Grande ( MS ) e lá abriram o melhor restaurante da cidade o Esse Restaurante, quando faltavam poucos meses para a inaguração eles me ligaram perguntando se eu não gostaria de ser o sub-chefe do restaurante. Não pensei duas vezes e embarquei de mala e cuia para Campo Grande onde fiquei trabalhando por quase um ano, até que por motivos pessoais precisei retornar ao Rio. Estava meio chateado pq adorava a minha nova vida ( amigos, casa, cidade...) e não pretendia retornar ao Rio naquele momento. Mas fazer o que??? a vida me trazia de volta a minha cidade natal. Depois de alguns meses aqui, conheci através de um amigo o Hotel Solar de Santa ( que local lindo!!! ) e fiquei sabendo que eles estavam sem chefe de cozinha, mas o bistrô que funcionava no local havia fechado. De qualquer forma deixei o meu contato e fui para uma nova viagem a Campo Grande ( para refazer o cardápio do doces do Esse ). Logo que voltei recebi um telefonema do Solar me perguntando se eu não gostaria de fazer uma degustação com eles, pois havia um pedido de casamento no hotel e eles queriam que o buffet fosse interno. A partir daí me tornei o novo chefe de lá, minha permanencia no Hotel durou 1 ano e dois meses depois disso eu pedi o meu afastamento do Solar devido a uma viagem que faria para a Espanha, que acabou não acontecendo devido ao atraso do meu visto e passaporte. Li no jornal sobre as inscrições no concurso Novos Chefes circuito Rio Show e finalmente tomei coragem e resolvi me inscrever ( mandei a receita no último dia do prazo ) e minha receita foi escolhida entre as quatro melhores. E agora estou aqui escrevendo um pouco sobre a minha vida devido a vitória que conquistei neste concurso. Como disse no final da primeira bateria do concurso o mais importante é você acreditar e lutar pelos seus sonhos. Eu fiz isso e agora estou aqui colhendo os frutos do meu sonho. O próximo passo???? A minha viagem para a Espanha. Depois disso??? ainda não sei, mas isso é uma outra história que conto mais tarde para vocês.

Veja as fotos:

Rio Show 2008


Rio Show 2008

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