Circuito Rio Show de Gastronomia
Mais uma vez, o Circuito Rio Show de Gastronomia traz aos cariocas as novas tendências gastronômicas, aproximando o público local dos grandes chefs de renomados restaurantes.
O Museu de Arte Moderna (MAM) já virou referencia de espaço para o acontecimento do circuito, dando um charme especial ao evento, que ocorre anualmente com troca de aulas, experiências e a apresentação das novas tendências do mercado.
No evento deste ano, percebi claramente o aumento do interesse dos visitantes pela gastronomia. As pessoas estão cada vez mais interessadas em aprender a elaborar os pratos que consomem, bem como tomar conhecimento sobre as bebidas que desejam degustar. Isso ficou provado nas aulas-show ministradas no Circuito.
Um dos pratos apresentados no evento foi o Ceviche de Tilápia, em campanha de tomates com groselha, elaborado pelo chef Checho Gonzalez. O Ceviche é de origem peruana, mas foi se espalhando, ao longo do tempo, por toda a costa do Pacífico, podendo ser encontrado desde o sul do Chile até os Estados Unidos. Isso prova que a gastronomia dispensa barreiras, quando cai no gosto popular.
Checho Gonzalez explicou sobre a técnica do Ceviche. Nada mais é do que um cozimento sem fogo, ocorrido pelo tempo que o peixe fica embebido no limão, fazendo assim com que os ácidos cumpram a função de cozer o alimento.
O Ceviche que conhecemos hoje, nem de perto lembra aquele que os peruanos conheciam antes dos espanhóis. Por que? Porque foram exatamente os espanhóis quem trouxeram o limão para o Peru. Antes disso, o Ceviche era colocado em recipientes com pimenta, que tomava o lugar do limão no processo de maceração. Com a chegada do limão, o preparo ficou mais suave, agregando-se a este uma combinação de pimentões e pimentas, gerando assim harmonia e suavidade entre os ingredientes.
Já o chef Claude Troigros e seu filho Thomas ensinaram a preparar caviar de sagu , palmito recheado com foie gras e farofa de quinoa (note-se que este último ingrediente é um alimento típico da dieta peruana). A aula do chef Troigros lotou o auditório, com cerca de 300 participantes.
De acordo com o chef, basta colocar o caviar de sagu em uma lata de original e pronto. Quanto ao palmito, Troigros definiu como uma receita moderna, já que é assado e recheado com foie grãs frito, e coberto com farofa da quinoa. Na falta do foie gras, ingrediente difícil de encontrar nos mercados, pode-se substituir por bacalhau. A crocancia do prato fica por conta da quinoa, muito em moda ultimamente.
O chef Yann Lesaffre levou a equipe do Mr Lam para mostrar os segredos da cozinha chinesa, elaborando um shitake com molho de ostras e o show do Soba.
Realmente me arrepio de lembrar a magia do Soba. Até agora penso que meus olhos me enganam naquela transformação. Acho que deve ser uma alucinação coletiva.
A chef Vivi Cabral demonstrou a sobremesa que, segundo Yan, é a mais pedida do restaurante. Trata-se do Majong de abacaxi. São cubos de abacaxi com açúcar, caramelados no maçarico. Um molho de melão e manga complementa a ornamentação do prato.
Em seguida, entra Samantha Aquim, dando um verdadeiro esclarecimento sobre o chocolate. Sou suspeita para falar de Samantha, uma vez que tenho grande admiração por ela e seu trabalho. Mas, além de ser uma figura incrível, é realmente uma excelente palestrante. Mais que ouvir sobre os vários tipos de chocolate, o público pôde comprovar a diferença entre eles, por meio de uma degustação: chocolate branco, chocolate ao leite, chocolate amargo, etc. A platéia também provou o cacau em cada uma das seguintes etapas: o suco, o grão lavado, torrado e, finalmente, transformado em chocolate.
O grão é lavado, tostado, moído, triturado até virar uma pasta. A gordura é separada e transformada em manteiga de cacau.
Já a aula de Mariana Hirsch, do Sushi Leblon, foi desvendar o mistério do saquê, com direito a degustação de três tipos de saque nacional.
O saque é uma bebida destilada de arroz, água e um fungo chamado Koji.
Uma observação importante é que o saque não é produzido com o arroz utilizado no preparo do sushi, mas sim de um outro tipo, maior e mais alongado.
As fontes hídricas japonesas têm a melhor água para a produção do saque, sendo um componente importante na sua produção.
No Japão, a produção do saque está concentrada nas mãos de famílias tradicionais e as fontes são protegidas.
Aqui um bate papo com o vencedor do concurso - Alexsandro Roppe
Sempre gostei de cozinhar desde garoto ( cozinhava batata doce no quintal de casa e preparava suco de jamelão )
Mas, antes de começar profissionalmente na área de gastronomia eu me formei em guia de turismo pelo Senac ( RJ ) e fiz publicidade. Cheguei a trabalhar em uma agência de viagem e a fazer alguns trabalhos pela prefeitura de Niterói. Aí li uma resportagem no Globo Niterói sobre chefes de Cozinha niteroenses e a reportagem além de falar de toda a história dos chefes, abordava o novo interesse das pessoas pela gastronomia. Pensei: por que não unir o util ao agradável adoro cozinhar e ainda vou ter um bom emprego.
Me esqueci do calor da cozinha, das longas horas em pé, das facas... e me matriculei no curso de Cozinheiro Master do Senac, no final de 2001 estava me formando. E meu primeiro estágio foi no restaurante Florescer, do chefe Fabricio Tofono ( um dos chefes que participaram da reportagem ).
Veja as fotos:
Rio Show 2008 |
Rio Show 2008 |
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