30 de março de 2010

Coelhinho da Páscoa que trazes pra mim

Um ovo
Dois ovos
Três ovos
Assim.
Epa, peraí.
Ovo?
Coelhinho?
Que coisa é essa?
Vamos destrinchar toda essa mística que gira em torno da Páscoa.

Páscoa surgiu a partir da palavra hebraica "pessach" ("passagem"), que para os hebreus significava o fim da escravidão e o início da libertação do povo judeu (marcado pela travessia do Mar Vermelho, aberto para que os filhos de Israel que Moisés conduzia, chegassem a Terra Prometida.

Até hoje os judeus se reunem para o "Seder", um jantar especial que é feito em família e dura oito dias.

Para os cristãos, a Páscoa é a passagem de Jesus Cristo da morte para a vida: a Ressurreição.

Em tempos antigos, no hemisfério norte, a celebração da páscoa era marcada com o fim do inverno e o início da primavera.
Tempo em que animais e plantas reaparecem.
Os pastores e camponeses presenteavam-se uns aos outros com ovos.

Nas culturas pagãs, o ovo traz a idéia de começo de vida.
Os povos costumavam presentear os amigos com ovos, desejando-lhes boa sorte.
Os chineses já costumavam distribuir ovos coloridos entre amigos, na primavera, como referência à renovação da vida.

Existem muitas lendas sobre os ovos.
A mais conhecida é a dos persas: eles acreditavam que a terra havia caído de um ovo gigante e, por este motivo, os ovos tornaram-se sagrados.

Os cristãos primitivos do oriente foram os primeiros a dar ovos coloridos na Páscoa simbolizando a ressurreição, o nascimento para uma nova vida. Nos países da Europa costumava-se escrever mensagens e datas nos ovos e doá-los aos amigos.

Em outros, como na Alemanha, o costume era presentear as crianças.

Na Armênia decoravam ovos ocos com figuras de Jesus, Nossa Senhora e outras figuras religiosas.

Pintar ovos com cores da primavera, para celebrar a páscoa, foi adotado pelos cristãos, nos século XVIII.

A igreja doava aos fiéis os ovos bentos.

A substituição dos ovos cozidos e pintados por ovos de chocolate, pode ser justificada pela proibição do consumo de carne animal, por alguns cristãos, no período da quaresma.

A versão mais aceita é a de que o surgimento da indústria do chocolate, em 1830, na Inglaterra, fez o consumo de ovos de chocolate aumentar.

Por sua grande fecundidade, o coelho tornou-se o símbolo mais popular da Páscoa. É que ele simboliza a Igreja que, pelo poder de cristo, é fecunda em sua missão de propagar a palavra de Deus a todos os povos. [1]

Agora falemos do chocolate, que causa frisson e carrega uma legião de admiradores.

O chocolate é feito de sementes de uma árvore nativa da nossa Amazônia.

O "Theobroma Cacao", que contém poucas quantidades de cafeína, mas rico em teobromina, e, em ambos a cafeína e a teobromina, são substâncias químicas proximas as que se formam dentro do organismo de qualquer ser humano normal.

Assim como a cafeína, a teobromina é um estimulante, excitante, porém o potencial viciante do chocolate é enorme.

O cacau entrou no México, trazido dos trópicos da América do Sul, muito, mas muito tempo antes da conquista espanhola. (1519-1521)

O cacau no México exercia um papel obrigatório e habitual nas religiões Maia e Azteca.

Na cultura Maia, as sementes de cacau eram usadas como dinheiro.

Relatos contam que o manda chuva Montezuma tinha um vício grande pelo cacau moído.

Existem relatos que na coroação de Montezuma II em 1502, foi servida uma mistura de chocolate moído e cogumelos ricos em psilobicina aos convidados.

Imaginem!

Não consigo nem pensar nessa coroação.

Hernan Cortez - conquistador do Império Azteca - ouviu de sua amante Dona Mariana, que o cacau tinha um grande poder afrodisiaco, Cortez se animou, e, é claro queria iniciar logo o cultivo da plantinha.

E prontamente escreveu ao imperador Carlos V.

"Foram plantadas duas mil árvores nas terras da fazenda; os frutos são parecidos com as amêndoas, e são vendidas em pó"

Algum tempo depois, o chocolate foi importado para a Espanha, e rapidamente tornou-se popular.

Mas a sua propagação foi lenta.

O chocolate só apareceu na Itália e nos Países Baixos em 1606, e chegou a França e Inglaterra por volta de 1650.

Mas houve um período durante o reino de Frederico II, onde ele era o veículopara os venenos usados na época.

Claro saboroso, é muito mais fácil envenenar alguém.

A popularidade e a produção do chocolate cresceram

O chocolate tornou-se a base da expansão do império mercantil.

Hoje movimenta milhões.

"A taça que alegra mas não inebria"


[1] - A vitória da Páscoa, Georges Chevrot, Editora Quadrante, São Paulo, 2002

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