22 de abril de 2010

Hoje dia 22/04 é dia da mandioca.

Eu adoro mandioca, só não como crua pq não dá. Macaxeira, aipim, mandioca, como queiram chamar.

Mandioca é o nome pelo qual é conhecida espécie comestível e mais largamente difundida do gênero Manihot, composto por diversas variedades de raízes comestíveis.

O nome dado ao arbusto da manihot é maniva. Trata-se de um arbusto que teria tido sua origem mais remota no oeste do Brasil (sudoeste da Amazônia) e que, antes da chegada dos europeus à América, já estaria disseminado, como cultivo alimentar, até à Mesoamérica (Guatemala, México). Espalhada para diversas partes do mundo, tem hoje a Nigéria como seu maior produtor.[1]

No Brasil possui muitos sinônimos, usados em diferentes regiões, tais como aipi, aipim, castelinha, macaxeira, mandioca-doce, mandioca-mansa, maniva, maniveira, pão-de-pobre,[2] e variedades como aiapuã e caiabana, ou nomes que designam apenas a raiz, como caarina.

Origem

Foi cultivada por várias nações indígenas da América Latina que consumiam suas raízes, tendo sido exportada para outros pontos do planeta, principalmente para a África, onde constitui, em muitos casos, a base da dieta alimentar. No Brasil, o hábito de cultivo e consumo da raiz continua.

Lendas

O folclorista Câmara Cascudo regista alguns mitos sobre a mandioca. São eles:

Entre os parecis, povo de Mato Grosso a história é a seguinte: Zatiamare e sua esposa Kôkôtêrô tiveram um par de filhos - o menino Zôkôôiê e uma menina, Atiolô - que era desprezada pelo pai, que a el

a nunca falava senão por assobios. Amargurada pelo desprezo paterno, a menina pediu à mãe que a enterrasse viva; esta resistiu ao estranho apelo, mas ao fim de certo tempo, atendeu-a: a menina foi enterrada no cerrado, onde o calor a desagradou, e depois no campo, também

lugar que a incomodara. Finalmente, foi enterrada na mata onde foi do seu agrado; recomendou à mãe para que não olhasse quando desse um grito, o que ocorreu após algum tempo. A mãe acorreu ao lugar, onde encontrou um belo e alto arbusto que ficou rasteiro quando ela se aproximou; a índia Kôkôtêrô, porém, cuidou da planta que mais tarde colheu do solo, descobrindo que era a mandioca.[4]

Entre os bacairis a lenda conta de um vea

do que salvara o bagadu (peixe da família Practocephalus) que para recompensá-lo deu-lhe mudas da mandioca que tinha ocultas sob o leito do rio. O veado conservou a planta para alimentação de sua família, mas o herói dos bacairis, Keri, conseguiu pegar do animal a semente que distribuiu entre as mulheres da tribo.[5]

A lenda de Mani foi registrada em 1876, por Couto de Magalhães. Em domínio público, este foi o registro do folclorista:

"Em tempos idos, apareceu grávida a filha dum chefe selvagem, que residia nas imediações do lugar em que está hoje a cidade Santarém. O chefe quis punir no autor da desonra de sua filha a ofensa que sofrera seu orgulho e, para saber quem ele era, empregou debalde rogos, ameaças e por fim castigos severos. Tanto diante dos rogos como diante dos castigos a moça permaneceu inflexível, dizendo que nunca tinha tido relação com homem algum. O chefe tinha deliberado matá-la, quando lhe apareceu em sonho um homem branco que lhe disse que não matasse a moça, porque ela efetiva mente era inocente, e não tinha tido relação com homem. Passados os nove meses, ela deu à luz uma menina lindíssima e branca, causando este último fato a surpresa não só da tribo como das nações vizinhas, que vieram visitar a criança, para ver aquela nova e de sconhecida raça. A criança, que teve o nome de Mani e que andava e falava precocemente, morreu ao cabo de um ano, sem ter adoecido e sem dar mostras de dor. Foi ela enterrada dentro da própria casa, descobrindo-se e regando-se diariamente a sepultura, segundo o costume do povo. Ao cabo de algum tempo, brotou da cova uma planta que, por ser inteiramente desconhecida, deixaram de arrancar. Cresceu, floresceu e deu frutos. Os pássaros que comeram os frutos se e mbriagaram, e este fenômeno, desconhecido dos índios, aumentou-lhes a superstição pela planta. A terra afinal fendeu-se, cavaram-na e julgaram reconhecer no fruto que encontraram o corpo de Mani. Comeram-no e assim aprenderam a usar da mandioca."[6]
Câmara Cascudo acrescenta que o nome mandioca advém de Mani + oca, significando casa de Mani. É, segundo este autor, um mito tupi, recontado em obras posteriores como Lendas dos Índios do Brasil, de Herbert Baldus (1946), e Antologia de Lendas dos Índios Brasileiros, de Alberto da Costa e Silva (1956).

Variedades

Existem diversas variedades da planta, que se dividem em mandioca-doce e mandioca-brava (ou mandioca-amarga), de acordo com a presença de ácido cianídrico (que é venenoso se não for destruído pelo calor do cozimento ou do sol). Algumas regiões usam o nome aipim ou macaxeira para designar a mandioca-doce.

As variações não se restringem apen

as à quantidade de ácido cianídrico. Variam também as cores das partes de folhas, caules e raíz, bem como sua forma.

Utilização

No Brasil, a raiz tuberosa da mandioca

é consumida na forma de farinhas, da qual se faz a farinha de mandioca e tapioca ou, em pedaços cozidos ou fritos. Está presente também no preparo de receitas típicas da Amazônia como o tacacá, o molho tucupí e com suas folhas cozidas prepara-se a maniçoba.

Dela também são feitas bebidas. Como o cauim (indígena) feito através de fermentação. Por meio de um processo

de destilação é produzida uma cachaça ou aguardente de mandioca a tiquira.[8] Possui elevado teor alcoólico. É comum no Estado do Maranhão mas é pouco conhecida no restante do Brasil.[9]

Durante a implantação do Pró-álcool a mandioca foi estudada como possível alternativa de matéria prima para a pro

dução de etanol.

Dela também se faz outra farinha o polvilho (fécula de mandioca), doce ou azedo, que serve para a preparação de diversas comidas típicas como, o pão de queijo. Apesar de frequente em países da África e da Ásia, para onde foram levadas pelos colonizadores ibéricos, o hábito de

utilizar as folhas da planta para alimentação, no Brasil, só ocorre na região Norte.

Na África é comum consumir-se, além da raiz, também as folhas jovens em forma de esparregado. Em Moçambique, estas são piladas (moídas no pilão), juntamente com alho e a própria farinha seca da raiz e depois cozinhada normalmente com um marisco (caranguejo ou camarão); esta comida se chama "matapa" e é uma das mais populares da culinári

a moçambicana. Em Angola este esparregado é conhecido como "kissaca".

A farinha de mandioca comumente é preparada a partir da mandioca-brava. Para se extrair a manipuera é necessário o uso do tipiti ou outro tipo de prensa e dela retira-se a caiarema ou carimã, no linguajado popular, polvilho.

Manipuera:

  • mani = o nome da menina,
  • puera (güera) = tem o significado de ruim (a parte ruim da mani), o que já foi, velho.

Pudim de Tapioca com calda de maracujá:

Você vai precisar de:


1 xícara de tapioca

1 litro de leite morno

1 pacote de 200 g de côco ralado

2 xícaras de açúcar
1 colher de sopa de manteiga sem sal

6 ovos batidos


Calda:

1 xícara de açúcar

1 xícara de suco de maracujá concentrado
Misturar os dois e colocar na panela até atingir ponto de fio grosso

Preparo:

Misture todos os ingrediente com o leite morno e misture, deixe de molho por 1 hora.
Mexa de vez em quando pra não empelotar. Depois coloque no forno em banho maria. Em torno de 30 minutos/40. Vc também pode fazer no microondas em forma própria por 15 minutos.

Referências:

  1. Variedade Híbrida de Mandioca, por Antônio Abrantes, artigo sobre Nagib Nassar (acessado em fevereiro de 2009)
  2. Dicionário Aurélio, verbete mandioca
  3. Dicionário Aurélio, verbetes aiapuã, caiabana e caarina
  4. CASCUDO, Dicionário do Folclore Brasileiro, verbete mandioca: este mito foi registrado por Clemente Brandenburger, in: Lendas dos nossos índios
  5. CASCUDO, op. cit., id., este mito foi registado por Karl von den Steinen, in: Entre os Aborígenes do Brasil Central
  6. COUTO DE MAGALHÃES, José Vieira. O Selvagem, pp. 134-135 - transcrito por CASCUDO, op. cit, verbete Mani.
  7. CASCUDO, op. cit., verbete Mani
  8. Tiquira – a prima pobre
  9. Outra peculiaridade do Maranhão: a tiquira, cachaça de coloração lilás.

1 comentários:

Dri disse...

Oi Romaine, vim agradecer pela força, viu? E nossa personal chef? Que chiquerrima vc é! rs Bjs

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